Horizonte

Há certas coisas que fazem a pessoa questionar seu papel frente à vida, o universo e tudo o mais.

Nos últimos tempos, minha vida tem sido uma montanha russa, sem muito tempo para respirar ou recuperar o fôlego.

Há projetos pessoais que eu deveria estar tocando e não estou. Mas estou me dedicando ao trabalho, e rendendo de forma razoável. Pelo menos esta parte eu não deixo afetar.

Neste momento, há pessoas sem as quais eu não sobreviveria. Há uma em especial, que eu posso chamar de amiga. Somos parecidas em alguns pontos, opostas em muitos outros, mas nos entendemos.

E por isso, eu preciso agradecer.

Há pessoas tão mágicas, tão resplandecentes e iluminadas, que é como se elas não tivessem um lugar de perfeito encaixe no mundo. A sensação é que tudo vive dando errado para elas, mas na verdade o motivo disso é que elas são muito maiores do que um simples lugarzinho no mundo.

É triste ver uma pessoa assim ficar frustrada, e é triste quando uma pessoa assim toma porrada da vida.

Mas eu lembro de The Green Mile. E penso que se auto-inflingir dor por um objetivo maior, ou por não aceitar as coisas como são, ou por simplesmente não conseguir agir contra a sua essência é ainda uma dor menor do que ceder à mediocridade.

Confesso que estou cansada. Mas pessoas assim são o que me tocam a ponta dos dedos e me dizem "você não precisa estar sozinha".

É nestes momentos que olho para o horizonte e enxergo além da própria vida. Mesmo distante, há riquezas maiores que tudo isso que nos envolve.

E então eu agradeço.

Obrigada, Maisa.