Blanche's rebellion weblog. Beware...

23.8.06

Ok, ok, muitos muitos acontecimentos. Muito tempo sem escrever também.
Mas me perdoem, ó mosquinhas!! Eu juro que não foi por mal...

Parte I: Da monografia.

Poisé. Estou fazendo a pesquisa preliminar da minha monografia. Já achei um monte de coisas legais, depois eu posto trechos das mais interessantes aqui e vocês (sim, vocês, fazendo "bzzz" aí no canto) me dizem o que acham!

Parte II: Do trabalho.

Quando você acha que finalmente está conseguindo botar as coisas em dia, o mundo cai na sua cabeça.

Parte III: Da coluna.

Eu tive um problema na coluna. Começou a doer desesperadoramente no domingo passado. Segunda eu fui pro médico durante a hora de almoço.


K (no telefone): O médico atende a partir de que horas?
R (no telefone): A partir das 13hs.

E eu estava lá as 13hs. Tinha 3 pessoas esperando. Pensei "oba! Vou ser atendida rápido!"
Mas a porta se abriu... e começaram a chegar todas as velhinhas que pegaram senha de manhã e voltaram para casa...

Uma hora depois, eu ainda estava esperando.
K: Oi... quanto tempo mais ou menos vai demorar ainda?
R: Umas 3 horas.
K:...
R:...
K: ... Me devolve minha carteirinha? Eu acho que em 3 horas dá pra eu ir e voltar do Copa D'Or.

No Copa D'Or...

K: E aí... eu tenho um problema aqui *aponta o terço de baixo das costas* que você não pode apertar que dói muito.
M: Desde quando?
K: Desde sempre.
M: ...
K: Dói muito mesmo.
M: Posso apertar?
K: Não.
M: Só um pouquinho?
K: Você vai tomar uma porrada.
M: Nem vai doer, ó *aperta*
K: AAAAAH, PORRA! *dá uma cotovelada no médico*
M: Poxa, dói mesmo, né? Que estranho...
K: ... filhodaputa... vai apertar a mãe! grunfgrunfgrunf
M: Olha... vamos pedir uma ressonância magnética pra ver o que é isso...
K: hunfgrunfgrunf
M: Bom, enquanto isso, você vai tomar esses remédios aqui! *prescreve um antinflamatório (que tem como efeitos colaterais todas as reações possíveis desde coriza até infarto- são 3 longos parágrafos de letras pequenininhas na bula) e um relaxante muscular (que dá muito muito muito muito sono)*.

21.5.06

O Alce, o Koala e o Vento

*PUF*

- Pronto. Muito enjoado?
- Me lembre de nunca mais deixar você fazer isso comigo.
- Ah, fica tranqüilo. Todo mundo fica enjoado na primeira... vez.

Ângela parou de falar para seguir o os olhos de Alcebíades. Ele estava alerta, olhando para todos os lados.

- Cadê o Di...
- Shhh! Tem algo de errado.

Alcebíades soca a própria mão e sua cópia se move sorrateiramente, com as armas em punho. Escora-se em uma estante e gira, para surpreender um possível agressor, apontando as armas para frente.

- Já estava na hora!

À sua frente Alcebíades viu as costas de Diego. Além dele, Daniel apontava duas armas, uma para cada um dos agentes.

- Daniel, você está em desvantagem. Eu tenho duas armas apontadas para você, você tem que dividir sua atenção em duas pessoas.
- Isso é uma questão de ponto de vista, Alce. Eu só estou mantendo uma arma em você para te impedir de fazer movimentos bruscos. A minha atenção está nesse garoto aqui. Eu sei que você não tem medo de morrer em ação. Mesmo porque esse não deve nem ser você, e sim uma cópia.

Atrás da estante, Alcebíades vira para Ângela e coloca o indicador sobre os lábios. A tensão à frente continua:

- Ô moleque! Eu achava que você virava um koala furioso em situações como essa.
- Eu ainda estou tentando entender como é que ele não está com a cara toda arrebentada. E o cheiro dele está diferente.

Ângela se agacha e vai até a ponta da estante para tentar ver o que está acontecendo. Alcebíades puxa o seu braço, mas ela teletransporta o braço para longe da mão dele e sussurra:

- Eu sei o que estou fazendo!

Ela consegue vislumbrar a cena e volta para trás da estante. Alcebíades olha para ela com cara de intrigado.

- Você consegue se comunicar com a sua cópia?
- Sem chamar a atenção do Daniel? Acho difícil, ele vai perceber.
- Ele vai atirar nela se perceber?
- Duvido. Ele provavelmente vai tentar me sacanear sobre o assunto.
- Então pode arriscar. Vamos fazer um ataque surpresa.
- Mas ele está apontando uma arma direto na cara do Diego!

Ângela tira um pequeno tubo de spray de um bolsinho em sua calça.

- Ele não pode acertar no que não pode ver.

_____

A cópia de Alcebíades franze as sobrancelhas.

- Que foi, Alce? Recebendo ordens? Você sempre foi assim, quando as coisas ficavam divertidas vinha o Papai Moura e acabava com a brincadeira...
*PUF*
*Phshhhhhhhhhhh*
*PUF*

- Aaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhh!!! O quê....?

*TÁ-TÁ! TÁ!*

Daniel cai no chão, com um tiro em cada mão e mais um no joelho. Ângela, que tinha se teletransportado de volta para trás da estante por segurança, põe a cara para fora. Diego tinha rolado para longe do alcance da arma de Daniel na primeira oportunidade.

- Ei, Ângela, o que foi isso que você tacou nos olhos dele, spray de pimenta?
- Não. Desodorante. Sempre anda comigo.

Diego olha para ela, incrédulo.

- Que foi, você nunca fica suado?

Ela e Alcebíades saem de trás da estante, indo na direção de Daniel.

- Ahn.... quando eu disse que era para imobilizá-lo, Alce... eu não quis dizer...

Alcebíades passa por sua cópia, chegando perto de Daniel, que tenta correr para um canto. Alcebíades o chuta para o lado e Daniel cai de bruços. Alcebíades dá mais um tiro, na cabeça de Daniel.
- ...

Ângela e Diego se entreolham. Alcebíades faz sinal para o corredor à frente.

- Vamos. Temos pouco tempo.

11.4.06

O Alce, o Koala e o Vento

*CHOP-CHOP-CHOP-CHOP-CHOP-CHOP-CHOP-CHOP-CHOP*

- Mas qual é o esquema da fábrica abandonada mesmo?
- Diego, se você perguntar isso de novo eu juro que te jogo pra fora daqui.
- Mas é que o barulho está muito alto!!!!
- Diego, presta atenção! Tá vendo este ponto aqui na planta baixa? Pois é. É por aqui que a gente vai entrar. Daí a gente segue pela direita, passa essas máquinas aqui, e a gente deve estar perto do laboratório...
- Poxa, você decorou tudo mesmo, hein?
- Eu não quero morrer atravessada por uma parede, obrigada.
- Chega de palhaçada. Como a gente vai entrar?
- Como assim? Eu vou carregar vocês.
- Sim, mas você vai carregar os dois juntos ou um por um?
- Um por um. Eu vou primeiro, vejo se é seguro, volto, pego um, levo, pego outro, o primeiro fica dando cobertura lá dentro, e eu levo o segundo. É só vocês decidirem quem vai primeiro.
- Eu!
- Eu!
- Eu tenho uma mira melhor que a sua.
- Eu viro um koala maníaco.
- Exatamente.
- Eeeeeei...
- Batam par ou ímpar.
- Par!
- Par!
- Eu quero par!
- Eu falei primeiro!

Ângela tira uma moedinha do bolso e joga para cima.

- Diego, você vai primeiro.

O helicóptero começa a fazer uma suave descida. Os três olham para baixo, e vêem os contornos da fábrica na escuridão. Eles afivelam os pára-quedas e se dirigem para a borda do helicóptero.

- É agora.
-------

-Hunf grunf gruuuuuunnf!!!
- Que foi?
- Não consigo tirar o pára-quedas!

Ângela abraça Diego e o teletransporta meio metro para o lado. As faixas que prendiam o pára-quedas a Diego ficam brevemente suspensas no ar e depois caem no chão.

- Credo! Onde você aprendeu a fazer isso? – Diz Diego, ainda tonto e enjoado.
- Eu andei treinando para só levar o que eu quero.
- Você andou treinando bastante.
- Claro. O perigo de deixar a roupa de um de vocês dois para trás me motivou. – Ângela deu uma risadinha e foi andando, à frente dos dois.
- É sério isso? Ela fez mesmo uma piada? – cochicha Diego para Alcebíades.
- Eu acho um absurdo. Eu estou em perfeita forma!
- Bom, ainda bem que ela treinou, né? Vai que ela deixa as suas armas para trás.

Alcebíades pára e pensa.

- Será que não tem outra forma de entrar na fábrica?
- Ahn... tirando os alarmes e sensores e vigias? Acho que não. Pelo menos não sem sermos percebidos.
- Droga.

------

- Ok. Agora eu vou pular lá pra dentro e...
- Pular?
- É, Diego, é como pular. Você prefere que eu diga “vou atravessar a parede e...”
- Não, pular é melhor...
- Dá pra vocês pararem de discutir?
- Bom, então eu vou pular, ver se está tudo vazio, voltar, carregar o Diego, pular, voltar e carregar o Alcebíades. Enquanto isso vocês dois têm que estar sempre alertas, ok?
- Ok.
- Clec-clec. - Alcebíades destrava as armas em resposta.
- Ok. Lá vou eu. Não se mexam porque eu vou voltar exatamente para este ponto, tá?

E Ângela some com um rastro de fumaça. Dez segundos se passam e ela volta.

- Tudo certo. Vamos?

Ângela abraça Diego e ambos somem. Alcebíades ouve um barulho nas proximidades e se agacha, esperando para atirar. Ângela volta e Alcebíades vê um vulto se mexendo e atira. Um tiro se crava na parede logo atrás de Ângela. O vulto cai morto no mato.

- Ahn... O que foi isso?
- Provavelmente um segurança fazendo a ronda. Vamos ter que ser mais rápidos do que o planejado.

Ângela abraça Alcebíades e some, com um rastro de fumaça.

8.4.06

Só notícias mesmo...

Pois é, meu povo... Long time, no... write?
As coisas por aqui estão bem, como sempre eu trabalhando muito, mas hopefully esses 3 feriadões seguidos devem fazer alguma diferença na minha vida, né?
Bom... vamos voltar a escrever? Caike?? Que tal?
Depois eu conto algumas histórias engraçadas para vocês também...
Ah! Tem evento do Alexandre nos dias 22 e 23 de abril, hein?
Beijo pra todo mundo!

13.3.06

Pausa para crítica de Cinema


Pois é...
O blog ficou parado por TANTO tempo que agora eu só tenho uma pessoa visitando e mesmo assim só quando eu aviso que postei. (Oi Caike!^.^)

Eu resolvi hoje fazer uma pausa nas atividades já bastante pausadas do blog para uma reflexâo derivada de um filme que eu vi novamente este fim de semana e de uma aula que eu tive hoje na faculdade.

O nome do filme é Butterfly Effect, que eu vi, originalmente, no cinema.

Eu cheguei à conclusão que, não importa quantas vezes eu assista esse filme, eu sempre vou ficar pelo menos uma semana me lembrando das cenas e considerando cada ação da minha vida em relação às conseqüências com todo o resto.

Hoje eu tive uma aula de dramaturgia, na qual a professora resolveu definir - errado - o que era catarse. Infelizmente, exatamente como aconteceu em uma discussão sobre democracia e anarquia, as pessoas tendem a moldar as definições próprias delas das coisas e basear o conhecimento sobre a essência da coisa, o que é, o que a define e o que não a define, através de suas próprias experiências pessoais. Até aí não há mistério. Nunca a percepção de mundo deixou de ser subjetiva. A questão é que as pessoas têm o mau hábito de desconsiderar como outras pessoas entenderam, ou mesmo desconsiderar o que há sobre a própria coisa. Assim, fica fácil criar a sua própria versão do Marxismo. Mas você leu Marx?

Ao me colocar para pensar sobre a catarse, voltei instantaneamente para o filme, e percebi que ele é um excelente exemplo moderno da catarse grega antiga.

Muitas pessoas acreditam que catarse é uma experiência de enlevo na qual você sai de si mesmo, no sentido de que a sua consciência se dilui. Ou então que identificar-se com um personagem é uma experiência catártica, o que também é uma versão bastante distorcida da realidade.

Catarse é, pela definição grega, a absorção de conhecimento, através de uma experiência de identificação, pela pena e medo. Traduzindo, vemos o herói trágico, vemos que ele sofre, sofremos com ele. Identificamos nele nossas falhas humanas, nossos pecados, nossas faltas, e conseguimos nos colocar em seu lugar. Sentimos pena e compaixão por uma pessoa, humana, com alguma falha grave, mas genericamente boa, que comete um erro. Este erro, como quase todos na vida, é irreversível e desencadeia uma série de acontecimentos que apontarão, eventualmente, para sua ruína. A catarse é uma vacina. É um sofrimento pequeno, para previnir um grande. Não à toa as tragédias gregas não tinham mais de meia hora. Sua estrutura era feita para ser tensão e sofrimento sempre crescentes. Ninguém resistiria àquele nível de stress por tanto tempo, e os gregos meio que entenderam isso realmente rápido. Tanto isso era verdade que, ao ressucitar a idéia de tragédia, Shakespeare teve que adaptá-la para que a platéia suportasse os nada breves 5 atos presentes em suas obras (as tragédias, em específico). Ele usou como recurso o alívio cômico, de forma que o desconforto do espectador fosse atenuado e que ele agüentasse chegar até o fim da história.

Butterfly Effect é um filme altamente catártico neste preciso sentido do termo. Por mais que você procure abstrair, as lições do filme marcam seu espectador a ferro e fogo, e é impossível assisti-lo sem pensar nas conseqüências dos seus próprios atos, por mais simples que eles pareçam. Como as tragédias gregas, ele não mede recursos para causar no espectador a catarse, e vemos em Evan a mesma falha do que em Édipo: o orgulho, a crença de que ele tinha em si o poder de mudar as coisas para melhor. Ele, como Édipo, vai em busca do conhecimento do seu passado e, contido nele, o conhecimento de si mesmo, pois acredita que só através desta experiência será capaz de desvendar o mistério que o cerca, e toda a questão que envolve seu pai, sua memória e sua vida.

Assim, uma grande dica para um grande filme para quem ainda não viu. E quem já viu sempre pode ver de novo. Em obras assim há sempre mais coisas a descobrir. Elas nunca se esgotam, pois exploram o ser humano em muito mais do que se propõem a fazer. E o ser humano é um terreno deveras inexplorado, a despeito de todas as tentativas.

A notícia triste é que estão fazendo um sequel, Butterfly Effect 2. Filmes bons assim simplesmente não deveriam ter sequels, devia ser proibido por lei!

4.3.06

O Alce, o Koala e o Vento

- Pois bem. Qual é a desculpa que vocês vão me dar por terem desorganizado todas as minhas coisas?
- Ahn.... De-desorganizado?

Ângela se virou para olhar os montes de coisas separadas por sentido e tentou visualizar novamente como o quarto estava antes que ela começasse a arrumá-lo, procurando nestas imagens um sentido para a frase do Dr. Moura.

- É claro. Todas elas estavam em perfeita ordem lógica antes de vocês mexerem.
- Bom, Dr. Moura... É que a gente estava desconfiado... Eu ouvi uma conversa ontem...
Diego tentou ser breve, e contou o ocorrido na noite anterior.

- Hm. Que bom. Isso quer dizer que o nosso plano vai bem.
- Como assim?
- O agente que você viu é o agente Moita. Mas vocês se dirigirão a ele como agente Neiva.
- Neiva?
- É. Ele está trabalhando como nosso agente duplo-duplo.

Diego e Ângela se entreolharam.

- Um duplo-duplo é um agente nosso que passa por agente duplo com o inimigo, mas na verdade está com a gente. No caso, Neiva vendeu-se como agente duplo para a Gutierrez, mas na verdade está trabalhando para nós. É ele que vai conseguir todas as informações para nossa próxima missão.

- Mas ele estava dando informações sobre você. E sobre a gente!
- É claro. Ele tem que barganhar com a Gutierrez de alguma forma. Se ele não mostrar resultados, como eles podem confiar nele? Por exemplo, quando vocês entraram no apartamento onde Castro estava, a Gutierrez já sabia, e tinha destacado um agente especialmente para aparecer caso algo desse problema.
- Ah... isso explica...
- Vocês se deram bem. Agora vamos lá. Vou explicar o plano mais detalhadamente e entregar o material antes de recolocar os meus óculos de agente espionado.