Alguém aí lembra o Boomriscópio? Em algum momento a gente tinha combinado de fazer as aventuras dele, né? Pois é.... Hoje eu estava na aula de som e comecei a pensar nisso... E resolvi escrever um lindo prólogo feliz, olhem só:

Era uma vez o Boomriscópio. Boomriscópio era usado (e mal-usado) como boom pelos alunos de uma faculdade de Cinema genérica localizada no Rio de Janeiro. A despeito da pouca idade, Boomriscópio já era calejado, e mostrava em seu corpo as marcas da vida. Das tapadeiras no caminho, das inesperadas quedas livres, das colisões de toda sorte. De tanto conviver com a produção de cinema, Boomriscópio tomou gosto pela vida artística, e sonhava em ser ator em Hollywood. Como ninguém parecia tê-lo descoberto ainda, Boomriscópio fazia um esforço especial para alterar seu peso e equilíbrio, e então aparecer em quadro, sempre que possível. Assim, pensava, as pessoas eventualmente perceberiam o poder de sua incrível fotogenia e carisma em tela. Lembrava com carinho do último filme do qual participara, algo sobre uma boneca inflável, que era na verdade uma atriz, ou assim parecia, um menino nerd e uma sex shop. Se orgulhava em lembrar a quantidade infindável de takes de um mesmo plano no qual teve sucesso em aparecer, e de como a equipe, diferente de tantas outras, se divertira com o fato. Boomriscópio gostara daquela equipe. Era pequena, mas agradável, além de profundamente inexperiente, o que é ótimo quando você é um boom querendo aparecer. E ele desejava que aquela equipe viesse a encontrá-lo novamente...

E este é o prólogo.

BOOMRISCÓPIO é o fruto de um tórrido e breve romance que aconteceu durante as filmagens de um suspense B entre uma boom e um periscópio. O set era um museu, que contava com restos de um submarino nunca mais exposto. Por ser um tanto quanto exótico, Boomriscópio foi descartado pelo operador de som da equipe logo após ter sido encontrado ao lado de sua mãe, na caixa de equipamentos. Considerado um equipamento se segunda categoria, e de origem certamente duvidosa, Boomriscópio foi doado a uma faculdade de Cinema cujo nome não pode ser mencionado, e hoje alimenta aspirações quanto à carreira de ator.