Blanche's rebellion weblog. Beware...

22.11.04

É...
Acho que uma grande maré de azar resolveu se abater sobre mim.
Desde coisas grandes, como o Programa de Idiomas ser cancelado, me deixando sem renda... até coisas pequenas de dia a dia, parecem ser fruto de um jogo de dados entre deuses em que aquele que me escolheu como personagem não está no seu dia de sorte.
E vamos rolar os dados...
Ontem eu perdi meu celular. Quem me conhece bem sabe que eu sou especialmente cuidadosa com o meu celular, justamente porque tenho com ele uma relação simbiótica. Mas bem, deixe-me contar o evento.

Estava eu passando mal num ônibus... cólicas e aquelas coisas só se resolve com uma dose cavalar de analgésico. Finalmente, chegou a hora de saltar. Uma hora ridícula, a propósito, eram 10:01 da noite. Tem algo mais simbólico do que isso? Que horas aconteceu o evento? 10:01. Lindo. Eu, que acabei de ler O Código Da Vinci, estou muito desconfiada das aplicações subconscientes e subtextuais desse horário. Mas bem. Ando eu até a porta, enquanto o ônibus freiava. Ouço o alarme de mensagem de texto do meu celular e penso "assim que eu descer eu olho". Mal sabia eu que este era um apelo, o último apelo do coitado do celular (que nem nome tinha, viu, Kadu?), enquanto este caía na direção do chão do ônibus, separando-se de sua dona (eu) e sendo deixado à própria sorte.
Eu salto do ônibus. Ele vai embora. Eu, no meio da péssima sensação de estarem espremendo a minha barriga para fazer barrigada, sinto falta de um peso no meu bolso.
- Meu celular! Meu celular, eu perdi meu celular!
O PB oferece o celular dele para eu ligar para o meu. Eu ligo e uma moça atende. Ela parecia bem solícita, então peruntei onde ia saltar. No entanto, na barulheira do ônibus e graças ao meu celular que pega TODO o som ambiente, não dava prá discernir muito bem o que ela falava, só que era uma igreja e tal. Pedi para o PB falar com ela, pq eu estava ainda meio tonta, além de nervosa. Ele disse para ela entregar o celular para o motorista, que este então levaria o bichinho até o ponto final, onde poderíamos ir buscá-lo no dia seguinte.
No dia seguinte...
Nós vamos até o ponto final, apenas para descobrir que os achados e perdidos não vão pra lá e que ninguém ouviu falar de um celular perdido. Pegamos o telefone da garagem, eu ligo para a minha mãe para ela ligar pra lá. A criatura acéfala do RH (aren't they all?) diz que nada chegou ali e que não adiantava a gente ter o número do carro e a hora se não tínhamos o nome do funcionário. Minha mãe me liga de volta, transmitindo as informações. Voltamos ao ponto final, perguntamos para o despachante qual era o funcionário no carro X, ontem às 22:00. Ele disse que não tinha como saber porque a grade estava na garagem. Hmmmm... Acompanhem comigo:
1- O despachante da noite leva a grade com os funcionários, carros e horários para a garagem.
2- O setor de achados e perdidos fica na garagem.
3- O setor de RH fica na garagem.
Então como é que a mulher do RH disse que não tinha como saber quem era que estava no carro?
Pois é...
Resolvemos dar um tempo pq não se sabia se o celular AINDA não tinha sido entregue. Esperamos até umas 16:00 e partimos para o Engenho Novo, que era onde ficava a garagem.
Chegando lá descobrimos que realmente, nada havia sido entregue, mas pelo menos o setor de RH tinha TODO já ido embora, então quem nos atendeu foi um funcionário pra lá de simpático, que averiguou que o trocador do carro em questão estava trabalhando e teria um recado esperando por ele quando chegasse ao ponto final.
Mas nenhuma resposta até agora.
Chances are que o meu celular nunca mais volte mesmo. Será que eu ponho uma foto dele na lista de desaparecidos?

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